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​PATRIMÔNIO _ Marcelo Palote

Poesia patrimonial, ajustando o olhar de dentro pra fora e retratando a cidade como herança



A cidade e a maneira como o homem a retrata, nas suas variadas concepções, são descrições de ambivalência e reciprocidade. Um é o espelho do outro. A cidade traduz o homem e o homem revela a cidade apropriando-se de seus bens materiais e imateriais como forma de criação e fortalecimento da identidade de cada um. Tal qual uma investigação, uma busca de si mesmo, o uso do olhar crítico que transforma, renova e documenta, ajuda na percepção individual e coletiva. O olhar de dentro para fora, que é o tema central desse projeto, permite a junção de saberes artísticos na fotografia e o conhecimento histórico da arquitetura da cidade a fim de resgatar a memória dos bens tombados da cidade de São Paulo e introduzir jovens cidadãos à prática e a profissão do fotógrafo.


Através do olhar de jovens moradores da cidade e exercitando a visão do interno ao externo, a fotografia vem abordar essa questão, de desvendar a cidade, por meio do olhar poético. É a reafirmação do indivíduo dentro da cidade a qual pertence, um retrato de si mesmo. O intuito desse projeto é contribuir na formação profissional de jovens e produzir um testemunho visual de edificações do passado; é reviver nossa herança arquitetônica, transportá-la ao presente e projetá-la ao futuro.


Vivemos num período de forte conscientização patrimonial e a proteção e preservação do patrimônio da Região Metropolitana de São Paulo é um dever cidadão que necessita ser difundido em sua total amplitude. O projeto DAQUI DE DENTRO – Um Novo Olhar sobre o Patrimônio propicia um registro fotográfico dos bens culturais metropolitanos e ao mesmo tempo trabalha a questão da arte e da produção do pensamento, abrindo as portas do conhecimento e da educação patrimonial.

As possibilidades de retratar a cidade são riquíssimas e bastante significativas para a história da formação urbana e regional de SP. Os elementos construídos da arquitetura e da urbanização servindo como base de intenção de recriar nossa cidade com um olhar único, trazido de dentro para fora como se fosses extensos de nós mesmos. O olhar do indivíduo eternizando e reconhecendo sua própria cidade e por fim, retratando-se a si mesmo.

foto_Rodrigo Mmorales

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